quinta-feira, 23 de maio de 2013

Casa Lapostolle: a produção do Clos Apalta

A Casa Lapostolle é uma daquelas vinícolas que já tornou-se lendária. Fundada em 1996 por Alexandra Marnier – dos proprietários do licor francês Grand Marnier – tem sua principal propriedade localizada em Apalta, uma microrregião do Vale de Colchagua, no Chile. O reconhecimento para a Lapostolle chegou rápido, e em 2005 seu principal vinho ícone, o Clos Apalta 2005, levou a premiação de melhor vinho do mundo da Wine & Spectator.

Terraço da Casa Lapostolle: são 190ha plantados em Apalta

Apesar de a propriedade Clos Apalta ser uma espécie de casa de veraneio da proprietária, que passa a maior parte do ano na França, é perceptível como todos ali estão comprometidos com a qualidade do trabalho. Em maio, já foram colhidas 3 das quatro castas produzidas em Apalta pela Lapostolle – Merlot, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Carméneré – e há dezenas de pessoas trabalhando intensamente para produzir o reconhecimento desta vinícola no Clos Apalta e no Borobo (esse último tem como enólogo o francês Michel Rolland).

Dezenas de pessoas trabalham na seleção manual das uvas

A propriedade foi projetada para potencializar ao máximo a qualidade da produção que segue princípios de produção orgânica e biodinâmica. Incrustada numa rocha (para criar o ambiente ideal em temperatura e proteção), a instalação tem 6 andares.

Na visita, se conhece de perto o processo de seleção das uvas carméneré, que, sim, são selecionadas uma a uma, não é conversa ou (só) marketing. Todo o engaço e exemplares imperfeitos são cuidadosamente removidos, e sem lavagem – pois somente as leveduras já contidas nas cascas são utilizadas.

Toda a movimentação do vinho, desde o momento em que a uva é despejada nos tanques de carvalho de 7500 litros para a fermentação, é feita usando a força da gravidade. Cada cepa para produção do Clos Apalta e do Borobo desce pro gravidade diretamente para as barricas novas (eles utilizam carvalho francês de várias regiões e níveis de tostado, para conseguir nuances diferentes), onde repousam por 12 meses.

Para os nerds de plantão: o vão da propriedade tem uma escada circular que é inspirada no formato de uma taça, e que tem ao centro um pêndulo de Foucaut.

Sala para repouso das barricas e degustação

No andar abaixo, os enólogos trabalham na construção do blend ideal para cada safra, e (também por gravidade) o produto volta novamente para as barricas por mais um ano, repousando naquela é que uma das caves mais bonitas que já vi.



A mesa de degustação, toda em vidro, é ainda um alçapão para onde se encontra a adega privada da família. Por ser construído junto à pedra e com iluminação cuidadosa, o ambiente está sempre entre 13ºC e 15ºC.

Na cave fazemos ainda a degustação de três vinhos, entre eles tive a oportunidade de comprar o famigerado Clos Apalta, além de um Curvée Alexandre Merlot e um Casa Sauvignon Blanc. Acho digno degustar um grande vinho da vinícola, mesmo que seja um pouco mais caro, portanto, e selecionado o tour. Na Lapostolle, sai por $20.000 (R$80), enquanto em outras vinícolas, algumas delas mesmo sem provar nenhum vinho premium, fica entre $10.000 e $15.000.

Sobre os vinhos da Lapostolle, confira o site da vinícola as resenhas aqui do Tomate Cereja.

Casa Lapostolle
Endereço: Ruta I-50, Km 36, Cunaquito, Santa Cruz, Chile.
Telephone +56-72 953 300
E-mail: info@lapostolle.com.

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