sexta-feira, 31 de maio de 2013

Escondidinho de abóbora com carne e linguiça


A verdade é que eu queria uma comida quentinha para o final do feriado chuvoso, mas que não me ocupasse muito. Tinha uma abóbora na geladeira e um pouquinho de carne no congelador. Eis que aí surgiu a ideia de improvisar um escondidinho. Resultado? Não deu trabalho e ficou ótimo com uma saladinha.

Para quatro panelinhas individuais, eu usei:

300g de abóbora
1 colher de manteiga
1/2 copo de leite
1 colher de requeijão
200 g de alcatra
1/2 linguiça calabresa
Salsinha e cebolinha
Palmito a gosto
Mussarela ou parmesão a gosto

Comece cozinhando a abóbora até que ela fique bem macia. Enquanto isso, prepare o recheio: Corte a carne em pedaços bem pequenos e a calabresa em cubos. Leve ao fogo e, sem mexer demais, deixe que a carne cozinhe com um fio de azeite. Quando bem dourada, junte o palmito picado, a salsinha e a cebolinha. Reserve.

Quando a abóbora estiver bem cozida, amasse-a. Junte a manteiga, o leite e o requeijão e misture bem até incorporar. Deixe cozinhar um pouco, mexendo sempre.

Montagem - Divida a carne em quatro potes que podem ir ao forno, ou se preferir, num refratário único. Cubra com o purê de abóbora e polvilhe o queijo ralado na hora. Leve ao forno de 15 a 20 minutos, só mesmo o tempo de gratinar o queijo.

Sirva acompanhado de uma bela salada verde.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Casa Lapostolle: a produção do Clos Apalta

A Casa Lapostolle é uma daquelas vinícolas que já tornou-se lendária. Fundada em 1996 por Alexandra Marnier – dos proprietários do licor francês Grand Marnier – tem sua principal propriedade localizada em Apalta, uma microrregião do Vale de Colchagua, no Chile. O reconhecimento para a Lapostolle chegou rápido, e em 2005 seu principal vinho ícone, o Clos Apalta 2005, levou a premiação de melhor vinho do mundo da Wine & Spectator.

Terraço da Casa Lapostolle: são 190ha plantados em Apalta

Apesar de a propriedade Clos Apalta ser uma espécie de casa de veraneio da proprietária, que passa a maior parte do ano na França, é perceptível como todos ali estão comprometidos com a qualidade do trabalho. Em maio, já foram colhidas 3 das quatro castas produzidas em Apalta pela Lapostolle – Merlot, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Carméneré – e há dezenas de pessoas trabalhando intensamente para produzir o reconhecimento desta vinícola no Clos Apalta e no Borobo (esse último tem como enólogo o francês Michel Rolland).

Dezenas de pessoas trabalham na seleção manual das uvas

A propriedade foi projetada para potencializar ao máximo a qualidade da produção que segue princípios de produção orgânica e biodinâmica. Incrustada numa rocha (para criar o ambiente ideal em temperatura e proteção), a instalação tem 6 andares.

Na visita, se conhece de perto o processo de seleção das uvas carméneré, que, sim, são selecionadas uma a uma, não é conversa ou (só) marketing. Todo o engaço e exemplares imperfeitos são cuidadosamente removidos, e sem lavagem – pois somente as leveduras já contidas nas cascas são utilizadas.

Toda a movimentação do vinho, desde o momento em que a uva é despejada nos tanques de carvalho de 7500 litros para a fermentação, é feita usando a força da gravidade. Cada cepa para produção do Clos Apalta e do Borobo desce pro gravidade diretamente para as barricas novas (eles utilizam carvalho francês de várias regiões e níveis de tostado, para conseguir nuances diferentes), onde repousam por 12 meses.

Para os nerds de plantão: o vão da propriedade tem uma escada circular que é inspirada no formato de uma taça, e que tem ao centro um pêndulo de Foucaut.

Sala para repouso das barricas e degustação

No andar abaixo, os enólogos trabalham na construção do blend ideal para cada safra, e (também por gravidade) o produto volta novamente para as barricas por mais um ano, repousando naquela é que uma das caves mais bonitas que já vi.



A mesa de degustação, toda em vidro, é ainda um alçapão para onde se encontra a adega privada da família. Por ser construído junto à pedra e com iluminação cuidadosa, o ambiente está sempre entre 13ºC e 15ºC.

Na cave fazemos ainda a degustação de três vinhos, entre eles tive a oportunidade de comprar o famigerado Clos Apalta, além de um Curvée Alexandre Merlot e um Casa Sauvignon Blanc. Acho digno degustar um grande vinho da vinícola, mesmo que seja um pouco mais caro, portanto, e selecionado o tour. Na Lapostolle, sai por $20.000 (R$80), enquanto em outras vinícolas, algumas delas mesmo sem provar nenhum vinho premium, fica entre $10.000 e $15.000.

Sobre os vinhos da Lapostolle, confira o site da vinícola as resenhas aqui do Tomate Cereja.

Casa Lapostolle
Endereço: Ruta I-50, Km 36, Cunaquito, Santa Cruz, Chile.
Telephone +56-72 953 300
E-mail: info@lapostolle.com.

Viu Manent El Olivar Single Vineyard Syrah 2008

Essa edição limitada de single vineyards da Viu Manent se propõe à produção de vinhos complexos e marcantes, a partir de vinhas com baixo rendimento no Vale de Colchagua. Nesse vale, curiosamente se obtem uma boa produção de syrah nas encostas de morros, e com o El Olivar não é diferente, pois ele é produzido com uvas de vinhas localizadas nas ladeiras de  Peralillo, com solo pouco profundo e de fertilidade média.

O resultado é um vinho com aroma fresco e intenso de cereja, combinado com bastante especiarias e de defumado, com notas de tostado e chocolate. No paladar, entrega um complexo sabor de fruta vermelha em compota, chocolate e tostado, com acidez agradável, que vai diminuindo na medida em que vão ficando mais presentes notas de pimenta preta. Apresenta-se muito concentrado, e com boa persistência e retrogosto um ao mesmo tempo apimentado e um pouco adocicado.


Produtor: Viu Manent
Região: Vale de Colchagua
Uva:
Syrah 94% e Petit Verdot 6%
Safra: 2008
Envelhecimento:
18 meses em barricas novas
 Graduação Alcoólica: 14,5%
Preço: R$ 179 (CLP 15.000 - R$ 60 na vinícola).


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Geleia de laranja com pimenta


Atendendo a pedidos dos meus queridos alunos da turma 2004, estou de volta para postar uma receita que compartilhei com eles hoje em nosso primeiro sarau. Esta é uma preparação que vi num desses programas de culinária (não me lembro qual) e que merece ser reproduzida pela simplicidade e qualidade. Se destaca nessa receita o casamento improvável (ao menos para mim) do aroma intenso da laranja com o sabor e leve ardor da pimenta.

Para essa receita você vai precisar de:

3 laranjas;
300g de açúcar;
2 pimentas dedo de moça e 
300 ml de água.

Preparo:

Corte as laranjas em quatro partes e retire o miolo branco e os caroços. É isso mesmo, não precisa tirar a casca! Coloque no liquidificador com a água, e o açúcar, bata até ficar homogêneo e reserve. Lave as pimentas, retire a semente e pique em tiras finas. Numa panela, misture as laranjas batidas com a pimenta e leve ao fogo até atingir a consistência de geleia. Retire do fogo, deixe esfriar e sirva com torradas.

Essa receita rende aproximadamente meio quilo de geleia, o que é uma boa quantidade para o consumo de uma família grande. Para famílias pequenas como a minha a dica é guardar em potes de vidro esterilizados que conservam por mais tempo. Essa é também uma boa opção de presente como os que podemos ver abaixo.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Santiago - Baco: para os amantes do bom vinho

Com o mercado cada vez mais receptivo aos vinhos chilenos e o aumento do número de turistas em Santiago (em especial, dos brasileiros, que nos últimos anos um dos públicos mais importantes) não é de se espantar que a maioria dos restaurantes no Chile tenha uma carta de vinhos decente. Contudo, ao procurar um local para provar vinhos premium com iguarias culinárias em Santiago, frequentemente se esbarra com dois entraves. Primeiramente, o preço por vezes chega a ser desencorajador e há pouca oferta e variedade de vinhos por taça, forçando a tomar uma garrafa inteira -- o que pode a ser um problema (ou não...) para almoçar sozinho.

 Pois bem, se você procura um local com boa culinária mas que tem como estrela os vinhos, o restaurante Baco é uma ótima opção. Muito bem localizado no Bairro da Providência, entre a estação Los Leones e o Parque das Esculturas (Rio Mapocho), o restaurante tem um ambiente muito agradável, muito em sintonia com o tema do lugar, combinando rústico e moderno.

Quando comparado com a grande maioria dos restaurantes, onde o preço da garrafa de vinho chega a dobrar (ou mais) com relação ao supermercado, o Baco surpreende. A carta tem mais de 200 opções. O diferencial é uma carta de vinhos excelente com diversas opções de vinhos por taça, alguns dos melhores chilenos, que ficam estratégicamente dispostas em quadros negros, para que se possa decidir qual a próxima opção etílica sem precisar pedir o menú. Cheguei e antes de decidir o que comer fui logo pedindo uma taça do excelente Amayna Syrah 2010. Sparkles, sparkles...


Como entrada, vieram torradas, bem temperadas mas muito secas só com a manteiga para acompanhar, creio que poderia ser melhor.

Com o vinho já definido, uma carnevermelha era a opção lógica. O Baco inspira-se na culinária francesa, mas com várias opções de preparo que lembram uma boa parrillada da patagônia. Fui de Côté de Cerdo com tomates assados e purê de batatas ($ 7600 - R$ 31). A carne tem uma textura muito boa, e ponto exatamente como havia pedido.

Pedi ainda outra taça de vinho, também muito bom Viña Altair Sideral 2008, eleito pelo Guia Descorchados como melhor assemblage chileno em 2012. Como sobremesa, um crème brulée com frutas da estação ($ 3600 - R$ 15) que estava bom, mas não cair o queixo.

Ao final, a conta ficou em torno dos R$ 80, e não fosse pelos vinhos (que sim, valem muito a pena) teria ficado a metade. Cabem ainda duas ressalvas: o Baco não parece ter um website, e as reservas -- é sempre bom garantir -- precisam ser feitas sempre por telefone.


Restaurante Baco
Estilo: culinária francesa e vinhos
Endereço: Nueva de Lyon 113, Providencia, Santiago.
Telefones: +56 22314444
Horário de atendimento: Domingo a terça das 12h às 02h.
Trilha sonora: standards de jazz e clássicos de rock




Amayna Syrah 2010 (Viña Garcés Silva)

A vinícola da família Garcés Silva é localizada no Vale de Leyda, região produz alguns dos melhores vinhos brancos do Chile. Apesar de ter entrado no mercado apenas em 2002, essa novata já produz alguns dos rótulos chilenos mais respeitados, o Amayna. Além dos vinhos brancos, a Viña Garcés Silva faz vinhos com Pinot Noir e Syrah nesse clima temperado e próximo ao Pacífico, que lhes confere características distintas.

Esse Amayna Syrah 2010 é um vinho com concentração impressionante, e cor violeta intensa. Tem um aroma floral e de amora, com notas de baunilha e alcaçuz, com um leve toque de especiarias. No palato se mostra muito encorpado e potente, com taninos amortecidos e boa acidez, quase licoroso. Álcool bastante presente Tem uma grande persistência na boca, com retrogosto onde prevalecem especiarias, bastante agradável. É um vinho que certamente harmoniza muito bem com carne de porco e carne vermelha.


 Amayna Syrah 2010
Viña Garcés Silva
Região: Vale de Leyda
Uva: Syrah
Safra: 2010
Envelhecimento: 70% em barricas novas e 30% de segundo uso, por 12 meses

Graduação Alcoólica: 14,5%
Preço: R$ 109 (Mistral)

sábado, 11 de maio de 2013

Cupcake de nozes


O cupcake já apareceu algumas vezes no Tomate Cereja. Isso porque, é possível inventar uma série de combinações de recheios e coberturas. Desta vez, os escolhidos foram o chocolate amargo e as nozes.

Como já mostrei das outras vezes, para a massa você vai precisar de:

1 xícara cheia de farinha de trigo
1/4 colher de sal
1 ovo
1 xícara de açúcar
1/2 xícara (+ 1 dedinho) de leite
1/3 xícara de café
1/2 xícara de manteiga derretida
1 colher (sopa) rasa de fermento em pó
2 colheres de chocolate em pó (se preferir pode ser achocolatado, sem problemas!)

Comece peneirando a farinha, o açúcar e o chocolate. Junte o ovo ligeiramente batido, a manteira derretida, o leite e o sal. Misture bem. Acrescente o fermento em pó e incorpore-o à massa. Distribua nas forminhas de papel e coloque para assar por uns 15 minutos ou até espetar um palito e ele sair limpinho.

Após assados,coloque os cupcakes para esfriar em uma grade (Pode ser um escorredor de louça, uma grelha, qualquer coisa).

Recheio - Junte uma lata de leite condensado, 1 colheres de manteiga sem sal e 100g de nozes (ou a quantidade desejada!) trituradas. Misturar em fogo médio até alcançar o ponto de brigadeiro, ou seja, desgrudar do fundo da panela.

Cobertura - 1 barra de chocolate amargo e 1 caixinha de creme de leite. É só derreter o chocolate, juntar o creme de leite e misturar bem.

Montagem - Depois de frio, retire com cuidado  uma tampinha de massa bem no meio do cupcake, fazendo um buraco. Coloque ali o creme de nozes. Daí é só fechar com a tampinha de massa, cobrir o ganache e finalizar com uma collher de creme de nozes (usado no recheio). Você pode enfeitar com um pedaço de nozes também.

*A receita rende entre 12 e 14 cupcakes.


Matetic Corralillo Pinot Noir 2010

Algumas vezes ouvimos falar de métodos de manejo orgânico de videiras com uma certa dose de suspeita. Geralmente tais vinhos precisam ganham minha confiança, e certamente foi o que ocorreu com esse Corralillo Pinot Noir 2010.

Produzido pela Viña Matetic, um dos expoentes na nova vitivinicultura chilena, tem umas provenientes de dois dos vinhedos orgânicos gestão mais antigos cultuvados no Valle de San Antonio. Os solos são de baixa fertilidade e são muito próximos ao mar, o que dá aos seus vinhos um caráter particular.

Esse pinot noir tem um aroma potente de mirtilo, fruta madura, notas cítricas e uma certa "picância" (na degustação não ficou claro entre os convivas se tratava-se de pimenta ou pimentão). Sabor leve com muita fruta madura, boa acidez, persistência média, ótima acidez e taninos macios.

Tem um retrogosto frutado (verde) que caminha para um amadeirado. É um vinho que desce macio, muito fácil de beber!

Produtor: Viña Matetic
Região: Valle de San Antonio
Uva: Pinot Noir (100%)
Safra: 2010
Envelhecimento: 11 meses em barricas francesas
Graduação Alcoólica: 14,5%
Preço: R$ 95,00 (Gran Cru), na vinícola saiu CPL8000.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Biscoitos de nozes e damasco


Essa é a massa de biscoito mais versátil do mundo. O recheio, fica à sua escolha. Podem ser castanhas, gotas de chocolate, goiabada, passas e amêndoas...enfim, qualquer coisa que a imaginação permitir!
E é rápido: em meia hora você tem uma fornada de biscoitos quentinhos na sua mesa.

Ingredientes:


400 gramas de amido de milho
1 lata de leite condensado
150 gramas de manteiga em temperatura ambiente
Nozes e damascos picados (quantidade a gosto)




Misturar os três primeiros ingredientes até alcançar uma massa homogênea e que não gruda nas mãos. Em seguida, juntar metade das nozes e damascos e misturar bem.

Daí é só fazer bolinhas com as mãos, juntando em cada uma delas, mais um pedaço de nozes e um de damasco. Achatar levemente com as mãos. Levar ao forno sobre papel manteiga untado por 15 minutos ou até que os biscoitos estejam levemente dourados.

Garanto que você vai se surpreender.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ecos de Rulo Carménère 2008

Esse foi um vinho que ganhei após uma boa compra na Mundo del Vino, uma rede de lojas de vinho em Santiago.

A Bisquertt é uma vinícola fundada em 1975 após a nova legislação vitivinícola chilena, na região do Valle del Colchagua.

Este interessante carménère apresenta um buquê curioso, onde aromas de frutas vermelhas maduras misturam se com notas de casca de laranja, pimenta negra e, com a evolução, um toque sutil de madeira.

Na boca, percebe-se robustez moderada, com boa acidez e taninos suaves. Com a evolução no decanter adquire um retrogosto persistente e agradável.

Produtor: Viña Bisquertt
Região: Vale de Colchagua
Uva: Carménère
Safra: 2008
Envelhecimento: 10 a 12 meses em barricas
Graduação Alcoólica: 14%
Preço: R$ 68, em torno de CLP8500 na Mundo del Vino de Santiago