quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Castillo de Molina Shiraz 2007

Sabemos que um vinho não precisa ser caro para ser bom, e muitos vinhos do "novo mundo" são verdadeiros achados em termos de relação custo benefício. Se quiserem um bom exemplo, basta conferir o Castillo de Molina, que é a série "reserva" da Vinã São Pedro. Fundada em 1865, é a segunda maior vinícola chilena e fabricante do Gato Negro, bastante famoso no Brasil.

Todos os Castillo de Molina que já provei foram muito bons, mas para mim este Shiraz 2007 se destaca, não apenas porque é uma cepa que vem me cativando cada vez mais, como pelo fato de que está plenamente pronto para beber.

Feito com uvas provenientes do Vale do Maule, apresenta uma coloração violeta intensa. Temos um Shiraz bastante potente (lembrando que há 10% de Cabernet Sauvinon no corte), com aroma marcante de ameixas e amoras, notas de especiarias, amadeirado e chocolate. Evolui para pimenta e tabaco.

Na boca, mostra-se encorpado, redondo, entregando muita fruta e notas de pimenta preta, bem integradas com carvalho. Com taninos moderados, que vão ficando mais amortecidos conforme evolui no decanter. O final é persistente, e nos faz querer continuar bebendo.

Na maioria das lojas já não se encontra essa safra de 2007, mas é possível encontrá-la em alguns sites de vendas especializados. Se você se deparar com a safra de 2009, saiba que ela não leva Cabernet Sauvignon na mistura, e sim 2% de Petit Verdot. Também será uma ótima aquisição, da qual falaremos no futuro aqui no Tomate Cereja.

Produtor: Viña San Pedro
Região: Vale do Maule
Uva: 90% Shiraz, 10% Cabernet Sauvignon
Safra: 2007
Envelhecimento: 10 meses em barricas de primeiro e segundo usos
Graduação Alcoólica: 14%
Preço: R$ 28,00 - Cadeg

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Surazo Reserva Cabernet Sauvignon 2003


Terça feira monótona e chuvosa. Amigos do Blog (e fora dele) reunidos para um bate-papo. Pedimos uma pizza mesmo e, de repente, um verdadeiro achado! Todos ficamos encantados com o Surazo Reserva CS 2003. Não por ser um vinho excepcional, mas pela excelente relação custo benefício, ainda mais se tratando de um vinho com dez anos, e por nos tirar do "lugar comum" da maioria dos bons vinhos chilenos. Devo dizer que este lugar comum ao qual me refiro é um excelente lugar, onde adoraria estar com maior frequência até do que tenho estado.
Mas falando do vinho, é um dos principais rótulos da pouco conhecida Viña Santa Mônica, que se localiza no Vale do Rapel e sofreu consideravelmente com o grande terremoto que abalou o Chile em fevereiro de 2010. Talvez por essa razão, seus produtos tenham desaparecido do mercado brasileiro, e as garrafas restantes tenham caído de preço com o passar do tempo.
Poucas vezes eu comento sobre a coloração de um vinho, por achar que as sutis diferenças de tonalidade são difíceis de discernir e pouco acrescentam ao leitor. Mas este Cabernet chama a atenção pela coloração alaranjada da sua coroa, típica dos vinhos em processo de oxidação. Este processo, natural nos vinhos que permanecem bom tempo em garrafa, tende a "amaciar" os taninos e tornar o vinho adocicado e amadeirado. 
Seu aroma, no início, apresentava-se terroso e vegetal, após 40 minutos no decanter melhorou sensivelmente, entregando serragem, cravo, alcaçuz, ameixa e notas de caramelo.
No palato se mostrou adocicado e levemente amadeirado, como previsto, no entanto sua potência se conservou praticamente intacta, revelando um vinho estruturado e tânico. Álcool bastante presente, com bom equilíbrio com a fruta, corpo médio e boa persistência. Após bom tempo aberto, como a maioria dos tintos, apresentou toques de cravo no retrogosto. Se você encontrar uma garrafa dessas por aí pode comprar!


Produtor: Viña Santa Mônica
Região: Vale do Rapel
Uva: Cabernet Sauvignon
Safra: 2003
Graduação Alcoólica: 14%
Preço: R$ 27,00 - CADEG

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Salada de feijão


Muita gente quando se casa fica com saudades da comidinha da mãe. Na adolescência, eu e meus irmãos falávamos que a comida da nossa mãe não era boa e que não íamos sentir saudades ao sair de casa. Lêdo engano! Hoje percebo que a comida da dona Sueli nunca teve uma aparência magnífica, mas sempre foi muito saborosa. Essa é uma das receitas que estiveram presentes na minha casa por um bom tempo e que resolvi dar uma repaginada. Trata-se de uma preparação excelente para dias quentes como estes que estamos vivendo no Rio. É bastante simples e prática.

Ingredientes

200g de feijão cozido (não deixe ele ficar muito macio);
1 tomate picado em pedaços pequenos;
1 cenoura ralada ou picada no processador;
1 molho de cheiro verde picado;
Aceto balsâmico, sal e azeite a gosto.

Modo de preparo

Misture o feijão, o tomate, a cenoura e o cheiro verde em uma tigela. Tempere com o aceto balsâmico, sal, azeite e sirva.

Esse prato é um prático acompanhamento para carnes e verduras. É também uma boa oportunidade para aproveitar aquele feijão cozido que ficou na geladeira ou congelado antes de refogar.

Como já expliquei, não é um prato que chama a atenção logo de cara, mas experimente e vai se surpreender!

PS: Depois de ver a receita publicada aqui no Tomate Cereja, minha mãe pediu para acrescentar mais uma dica: para incrementar a salada de feijão lascas de peixe gralhado vão muito bem.

Frango com laranja e avelã


Ao aproveitar uma promoção de avelãs que sobraram no supermercado depois das festas de fim de ano acabei ficando com um problema: o que fazer com elas além de comer desesperadamente uma atras da outra? Adoro as oleaginosas de forma geral, mas são muito calóricas. Foi aí que apareceu essa preparação que, depois de testada e aprovada, não poderia deixar de vir aqui pro Tomate Cereja. Esse receita literalmente acabou de sair do forno. Ainda está fresco na memória o aroma  e o sabor desse prato.

Ingredientes

2 peitos de frango desossados;
150g de avelãs trituradas (reserve algumas inteiras para decorar);
Suco de duas laranjas;
1 colher de sopa de farinha de trigo;
2 dentes de alho em fatias finas;
2 dentes de alho triturados;
1 cebola picada;
Azeite, sal e pimenta do reino moída a gosto;

Mãos à obra

Corte o frango em fatias grossas e tempere com o alho triturado, sal e pimenta. Coloque um fio de azeite na frigideira e, com o fogo alto, sele o frango até ficar com uma casquinha. Retire o frango e reserve. Na mesma frigideira, doure o alho em fatias e a cebola. Adicione a farinha de trigo mexendo sempre para envolver a cebola e o alho. Misture as avelãs trituradas e o suco de laranja. Deixe ferver e mantenha o fogo ligado até engrossar. Em uma assadeira, coloque o frango e derrame o molho. Leve ao forno alto até dourar.

Usamos como acompanhamento hoje um mix de folhas com alface e espinafre, salada de feijão (veja aqui a receita) e batatas assadas. Aí está a foto do prato final.


Como é bom ter algo diferente em casa para aproveitar!

Maminha assada na mostarda


Carne assada é sempre um desafio, mas confesso que essa maminha foi uma grata surpresa. Quase não dá trabalho e o resultado é maravilhoso. A mostarda dá um toque muito especial à carne. No caso, eu utilizei a escura, extra forte, mas pode utilizar a da sua preferência.

Ingredientes:
1 kg de maminha (inteira)
1/2 xícara de manteiga em ponto de pomada
3 colheres (sopa) de mostarda
Alho, sal, pimenta a gosto
Cebolas para acompanhar.

Forre uma assadeira com papel alumínio e acomode a carne sobre ela.
Faça furos na peça de maminha, com o auxílio de uma faca. Tempere com sal, azeite e pimenta.

Misture a manteiga, a mostarda e o alho e acrescente um fio de azeite. Espalhe este creme sobre a carne.

Leve ao forno médio por aproximadamente uma hora - não precisa cobrir com papel alumínio.

A cada 15 minutos, retire a carne no fogo e regue-a com o molho que vai se formando.

Na metade do tempo (30 minutos), acrescente as cebolas picadas.



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Concha y Toro Winemaker's Lot 148 Carmenère

Quando eu e minha esposa fomos ao Chile, há exatamente um ano, um dos guias de turismo anunciava repetidamente uma dica para escolher um bom vinho: carmenere, safra 2007, em torno de 5000 pesos chilenos. Esses características se encaixam perfeitamente nesse Concha y Toro Winemaker's Lot 148 Carmenère.

Graças à “La Niña”, 2007 foi um ano mágico para o amadurecimento das uvas chilenas, e esse rótulo, elaborado com vinhas do Vale do Rapel, tem uma cor rubi profunda e lágrimas densas. A impressão inicial é um aroma vegetal muito agradável, meio ferroso, marcado por fruta vermelha. Evolui para notas defumadas e amadeiradas.

No palato, percebe-se bom corpo, taninos suaves e redondos. Mal percebe-se a presença do alcool. Tem uma persistência muito boa, com um retrogosto excelente de ameixa. Evolui para um gosto mais lácteo, sempre agradável e equilibrado.

Se a intenção era elaborar um vinho "fácil de beber", com esse Winemaker's a Concha y Toro acertou em cheio. Muito gostoso, pronto para beber, ótima relação custo-benefício. Não é atoa que o Sr. Robert Parker lhe deu 90 pontos.

 
Vinícola: Concha y Toro
Região: Vale do Rapel - Chile
Uva: 100% Carmenère
Graduação Alcoólica: 14.5 %
Envelhecimento: carvalho francês, 1º, 2º 3º usos, tempo variável (encontrei essa referência num site estadunidense, não é oficial)
Preço: R$ 51 (Bergut) 

Doce de carambola

Digam o que quiserem, mas a carambola é a fruta mais 'fofis' que existe. Azedinha, vai bem com uma salada verde ou pra fazer um doce, daqueles que alegram finais de tarde.

Não sei se os tradicionais doces de carambola são feitos assim, mas garanto que o resultado fica maravilhoso. Vamos lá?

Ingredientes:
5 carambolas médias
2/3 de xícara de açúcar
1/3 de xícara de água
cravo
Suco de 1 limão pequeno

Lave bem as carambolas e corte em rodelas. Junte, em uma panela, todos os ingredientes e deixe cozinhar em fogo baixo, mexendo com frequência para não grudar. Deixe apurar por meia hora, 40 minutos. Se necessário, pinque um pouco de água.

Obs.: Essa receita não rende uma quantidade absurda de doce, mas é além do suficiente para matar a vontade. (Z parte boa é que não sobra aquele monte de doce, que fica fazendo aniversário na geladeira, em uma casa habitada por apenas duas pessoas!).

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Meandro do Vale Meão 2009


Mais de 500 anos depois de Portugal "descobrir" o Brasil, nós do Tomate Cereja começamos a descobrir os vinhos portugueses. E o nosso primeiro achado vem direto do Douro, região vitivinícola mais famosa dos prados lusitanos, lar das melhores quintas do país. Por falar em melhores quintas, o Meandro 2009 é produzido pela Quinta do Vale Meão, que atualmente detém o melhor vinho português do mercado, o vinho premium que leva o nome da Bodega e para alguns chega a rivalizar com o lendário Barca Velha.

O Meandro do Vale Meão 2009 foi apelidado de Mini-Meão, por ser produzido com as mesmas uvas que seu "irmão mais velho", e estagiar nos mesmos barris que o Quinta. Apresenta aroma de maça verde no início, evoluindo para especiarias e notas de iogurte e mel. No auge da evolução entrega aroma de frutas vermelhas, mirtilo e pimentão. Sabor bastante fresco com destaque para maçã verde e pimentão. Um longo final lácteo com notas vegetais completa o conjunto. Tem lágrimas abundantes e álcool bem pronunciado, como a maioria dos portugueses. Excelente persistência! À guisa de curiosidade, este vinho é pisado à pé. Sim! Aquela forma antiga de vinificação onde pessoas pisam as uvas. Alguns vinhedos de Portugal ainda utilizam esse método. Minha esposa disse que eu deveria ter avisado antes de bebermos!


Vinícola: Quinta do Vale Meão
Região: Douro - Portugal
Uva: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Sousão
Safra: 2009
Graduação Alcoólica: 14%
Envelhecimento: 10 meses em barricas francesas de 2º Uso.
Preço: R$ 124,00 - Mistral

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Casas del Bosque Gran Reserva Pinot Noir 2008

Como já disse por aqui, tenho uma preferência pela Pinot Noir que, sempre testada por excelentes rótulos de outras castas, tenta se manter. Tal predileção se renova com esse Casas del Bosque Gran Reserva. Fabricado por uma das melhores vinícolas produtoras do Vale de Casablanca,  no Chile, esse é um Pinot Noir de uma ótima safra, e com maturação excelente na garrafa, que foi presente do amigo Carlos Rosa.

É, sobretudo, um vinho muito gostoso, licoroso, fresco e com muito caráter. Tem uma coloração rubi intensa, bastante escura para um Pinot filtrado. Tem um aroma onde predomina as frutas, tanto vermelhas quanto as cítricas, assim como notas lácteas, vegetais e terra úmida, evoluindo para especiarias.

No palato, é um vinho bastante cítrico, mas cuja acidez combina bem com taninos presentes, mas amortecidos. É um vinho muito agradável e fácil de beber, especialmente acompanhado de salsichas de vitela, como foi o caso.

Vinícola: Casas del Bosque
Região: Valparaiso, Chile
Uva: 100% Pinot Noir
Safra: 2008
Graduação Alcoólica: 14,5%
Envelhecimento: 11 meses em barricas francesas.
Preço: entre R$ 65 e R$ 80